Já foi comprovado que o universo de Stranger Things é bem diferente do nosso. Não apenas pelos monstros, mas também a época. A década de 80 foi uma era repleta de produções que se tornaram clássicos e, às vezes, dá para se perder na quantidade de referências que se pode colocar em uma série ambientada na época.
Então, se você não sabe o que significa aquele pôster no terceiro episódio, ou se ficou congelado nos últimos 50 anos e não tem ideia do que aqueles garotos estão falando, vem cá dar uma olhada nessa listinha.
“Vocês irão viajar para outra dimensão, uma dimensão não apenas visual e auditiva, mas mental. Uma viagem ao mundo misterioso, cujo a fronteira da fantasia vai até a sua próxima parada que fica além da imaginação”
Seja com a fonte nostálgica ou o pôster desenhado, repleto de vida, cores e tramas. Stranger Things foi feito para relembrar os anos 80, começando pela trilha que une The Clash com Should I Stay e David Bowie com Heroes, mas a abertura da série também traz algo bem familiar. O som tecno com o título se movendo diante dos olhos do espectador lembra bastante a abertura de Além da Imaginação, série famosa por mostrar o inacreditável.
“Eu vou pegar a sua X-Men #134”
O pequeno mundo dos anos 80 reconstruído em Stranger Things tem primeiramente uma película nerd que é impossível não detectar. Começando pelos garotos sentados ao redor de uma mesa discutindo sobre “Dungeons and Dragons”. Também temos um pôster de Cthulhu, um deus antigo criado por H. P. Lovecraft e diversas menções a Senhor dos Anéis e O Hobbit.
E para os que ficaram curiosos sobre qual a importância de edição número 134 dos X-Men: a revista é uma das mais importantes da Saga da Fênix Negra, onde Jean Grey se volta contra seus amigos. Seria apenas mais uma referência jogada para o Capitão América, se Eleven não possuísse poderes telecinéticos como os de Jean.
“Você não é tão inocente, Nancy”
O bad boy, a garota virgem, a amiga nerd, o casal de babacas, o outsider. Todos esses são arquétipos, estilos de personagens, utilizados em filmes do John Hughes, como O Clube dos Cinco, Curtindo a Vida Adoidado, Gatinhas e Gatões; em séries adolescentes como Blossom e se quiser forçar um pouco, em filmes como As Patricinhas de Beverly Hills. Todo o enredo estudantil de Nancy tem essa vibe, além dos figurinos que chegam a dar saudades.
“Adoro esse livro! É um vira-lata terrível”
Sabe aquele rosto na contra-capa do livro? Sim, era o Stephen King! O autor não estava lá apenas através de menções sobre Cujo e Carrie, mas também quando se trata de boa parte da trama da série.
Por exemplo, em A Incendiária, livro do King adaptado para o cinema com Drew Barrymore com o nome de Chamas da Vingança, conhecemos a história de uma garota que após experiências do governo ganhou poderes de pirotecnia. Muito similar a Eleven. Os poderes de Ele também lembram Carrie, a estranha.
E se já não basta, a química entre os quatro amigos bebe da fonte de King. Em Conta Comigo, quatro amigos saem juntos em busca do corpo de um adolescente que estava desaparecido na mata há mais de três dias. Se mudarmos “corpo de um adolescente” para “Will”, a sinopse é quase a mesma.
Por que nada se cria
A lista de inspirações vai longe. Desde Goonies, em que adolescentes e crianças lutam lado a lado para vencer um inimigo até A Montanha Enfeitiçada, em que adultos têm que acreditar na história de crianças ingênuas com poderes inacreditáveis.
O início da série também lembra vagamente Arquivo X, quando apresenta o problema com cenas eletrizantes, passa para a abertura e parte para o desenvolvimento.
A própria situação da personagem de Winona Ryder é bem similar ao do protagonista de Contatos de Terceiro Grau. Toda uma cidade duvidando da história sobrenatural que eles contam.
Eleven também é um poço de referências. A garota foi escondida do governo e de todos, é fã de doces e se disfarça com um vestido e uma peruca loira para poder circular sem chamar atenção. Lembra alguém? Mais baixo e enrugado?
“Esse é o Yoda. Ele consegue falar com você com a mente”
Um livro que desperta um mal invisível. O terror no fundo do mar. O alien que transforma seu amigo em um desconhecido. A garota sequestrada por uma força sobrenatural. Essas quatro storylines não dividem apenas o terror invisível e desconhecido que os protagonistas enfrentam, mas também o espaço que ganharam em Stranger Things.
Evil Dead, O Tubarão, O Enigma de Outro Mundo e Poltergeist foram alguns dos clássicos comentados ou apresentados através de pôsteres estampados nas paredes. A ligação dos filmes com o enredo fica mais interessante quando se percebe que na série, os heróis também enfrentam um ser que não entendem e nem conseguem encontrar facilmente. Além disso, nos recordamos, através de um pôster no quarto de Nancy, que Tom Cruise já foi um galã de tirar suspiros.
“Onde ele está?!”
Pele pegajosa e cinza, costas arqueadas, sem olhos, mas uma mandíbula que se abre e pode engolir sua presa em uma mordida. Essa pode ser a descrição do monstro sem rosto apresentado em Stranger Things, mas também do Alien de Ridley Scott. Se consegue até mesmo perceber alguns ovos similares aos do Alien no Mundo Invertido.
Menções Honrosas
Mas nem tudo precisa ser sobre os anos 80. Todo o design do Mundo Invertido, por exemplo, tem um pézinho em Silent Hill e as cinzas flutuando.
Quando Eleven se contacta com o outro mundo, a personagem “entra” em um campo muito similar ao visto em Sob a Pele, protagonizado por Scarlet Johansson.
E não tem como não comentar que a ideia para Stranger Things resgatar os anos 80 também tem um pouco de influência em Super 8 de J. J. Abrams.
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