Os livros de caráter erótico depois de Cinquenta Tons de Cinza ganharam força nas publicações. São obras independentes e coleções que satisfazem muitas pessoas por aí com a sacanagem constante e conteúdo extrovertido. Tampa, de Alissa Nutting, veio participar do gênero com uma pegada diferente e convidativa: tudo o que é narrado aconteceu de verdade, em 2005. A história é simples: uma mulher infeliz no seu casamento – a safada se casou por intere$$es pe$$oais – e com vasto apetite sexual por puberdade decide lecionar numa escola a fim de encontrar um rapaz jovem que possa deixá-la saciada nesse sentido. Neste livro, retratação dos fatos não poderia ter sido mais bem escrita!

Celeste Price, a suposta professora gostosa de 26 anos, é a protagonista-narradora-doente e acaba sendo fácil sentir repulsa por ela porque… Bom, ela é repulsiva em tudo! Celeste tem uma mente imatura, ambiciosa e egoísta que nos acompanha por vários capítulos. Apesar disso, ela não fica menos interessante e nem o contexto histórico do livro. Alissa Nutting tem sucesso na construção da personalidade-fetiche da personagem principal, que confabula situações bizarras e provocantes com seu marido e seus alvos adolescentes. Mas afinal, em que sentido Tampa lembra Cinquenta Tons? Altas descrições.

A quantidade de detalhes de como a cabeça pervertida de Celeste funciona, do que ela pretende e quer fazer com seus alunos é ponto forte. Ainda é um livro erótico, então tem sim coisas impróprias para menores, mas também é satírico e com intenção de fazer uma crítica. Por isso, o livro não tem triângulo amoroso nem cria situação fictícia, ele é fiel ao real, o que é ótimo. Aqui se contrapõe em Cinquenta Tons: ele denuncia a verdade e cria um ambiente com bem menos amor e mais desejo.

O Pizza leu Tampa, crítica pervertida com toques de Cinquenta Tons de Cinza (3)Imagem: Debra Lafave, a professora que inspirou a história.

A opinião da crítica foi bem diversificada. Há quem chame Tampa de vulgar demais e tem pessoas que já olham com cara de “Não vou gostar disso”, mas mesmo que a protagonista seja essa predadora voraz de pensamento pequeno, que as vontades e os acontecimentos dela fiquem bem claros e explícitos e da coisa toda, este livro é muito atraente, bem escrito, horripilante e que vai até te fazer rir pelas coisas escandalosas que estão lá! O impulso sexual da narradora acaba levando a história a um caso de polícia, e até o fim, a obra vai te fazendo pensar no meio de toda a premissa quente.

Tampa retrata um ocorrido a anos atrás envolvendo a professora Debra Lafave. A autora estudou com a mulher no ensino médio. Depois de escrever, ela afirma que era ciente da marginalização dos livros com muito conteúdo de sexo na sociedade, mas apesar disso, Alissa conseguiu se sobressair nesse meio. A experiência de uma sociopata com hormônios em alta é bem real nessas páginas, um livro que vale a pena pelo conhecimento, envolvimento e até pelas situações hilárias que pode achar lá!

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O Pizza leu Tampa, crítica pervertida com toques de Cinquenta Tons de Cinza (2)