Adicione Margot Robbie e seu sorriso encantador; Will Smith e o estilo único; o oscarizado Jared Leto e a querida da TV, Viola Davis. Despeje política, magia e destruição, além de algumas cenas que parecem ter sido inspiradas em Caça Fantasmas. Jogue tudo junto sem muito critério  e misture bem. Coloque para assar por duas horas de filme e chegamos ao novo longa da Warner Bros inspirado na DC Comics, Esquadrão Suicida, que poderia ser ótimo, com um pouquinho mais de planejamento.

Mas a situação não é assim tão catastrófica. Para fazer jus ao filme, seriam necessárias duas críticas, uma que abordasse a primeira metade e outra, a segunda. O motivo é simples: o longa faz bem quando se trata de apresentar personagens e seus respectivos passados de forma rápida e simples, mas falha quando tem que desenvolvê-los e conectá-los em uma trama maior.

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Toda a primeira parte é uma ode a boa música, atuações interessantes e flashbacks de cair o queixo dos fãs. De uniforme clássico da Arlequina até piadas com o timing certo. Com direito a cards de apresentação de cada um dos “vilões” no estilo Creed – Nascido Para Lutar. Esse é o momento que a animação aumenta e vem a pergunta: “Por que o filme está sendo massacrado pela critica?”

A resposta vem tão rápida quando a mudança de motivação dos personagens. Toda a trama é sobre vilões ameaçados por um grupo politizado liderado por Amanda Waller, que são incentivados, por meio de uma bomba implantada no pescoço, a lutarem as batalhas que nenhum soldado é capaz de enfrentar. Então, o combate principal é formado e rapidamente os “bad guys” se tornam “good guys” e a luta para sobrevivência pessoal se transforma em ajudar um amigo que conheceu em uma noite.

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Esta é a nova “Martha”, o problema, de Esquadrão Suicida. Assim como em Batman vs Superman, não se preocuparam em criar um contexto que explicasse melhor porque estão ali fazendo tudo aquilo. São personagens demais e alguns são até mesmo apagados da trama por não terem boas falas ou momentos significativos, se tornando apenas mais um braço para ajudar na luta. A coisa se torna uma confusão e, de repente, os super vilões de um segundo atrás estão todos se protegendo e querendo ajudar.

Dentre tantas performances e um amontoado de personagens a analise mais complicada é sem dúvida sobre Jared Leto. O Coringa, meio palhaço, meio gângster aparece pouco, se tornando uma grande promessa do que possa ser um dia. O que fica é a pergunta se toda a preparação do ator para encarnar o personagem valeu a pena. Do outro lado, estão Will Smith e Margot Robbie brilhando. Assim como nos quadrinhos, o Deadshot, ou Pistoleiro, tem um protagonismo bem definido e Will o faz muito bem.

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Margot não ficou atrás e roubou a cena! A relação da Arlequina com o Coringa, apesar de ainda perturbadora, é bem mais romântica que o tão conhecido “sadomasoquismo” nas HQs, mas quando se trata de Robbie longe do Sr. C, ela brilha. Além da atriz o que mais tira suspiros é a construção visual do filme. O universo cinematográfico da DC tem investido pesado quando se trata de figurino, efeitos e elementos gráficos para contar uma história. E em Esquadrão Suicida não é diferente. O que deixa a desejar são os diálogos superficiais, o vilão e as cenas de luta.

Com tantos problemas que fazem com que ser mal não seja tão bom assim, Esquadrão Suicida é bom quando se fala em entreter, além de marcar mais uma tentativa da criação de um universo da DC no cinema. E com algumas cenas inicias e o pós crédito, não é difícil se animar com o que está por vir, mesmo com a possibilidade de um desenvolvimento fraco.