É como um grito de liberdade. Se infiltra pelos ouvidos, atinge o cérebro e liberta o corpo. Para alguns é apenas boa música para uma noite, para outros é o momento de ser quem realmente são. Não importa o gosto musical, a cor da pele ou a preferência sexual, por que ao som de uma boa música, todos estão atrás de um mesmo objetivo: “freedom”.

Essa simples palavra resume The Get Down. A série original da Netflix não é apenas sobre a indústria fonográfica, o surgimento do rap e de muito do que conhecemos hoje em dia na cultura pop, mas sobre uma minoria procurando voz na escuridão.

No fim da primeira metade da temporada, quando o show termina e as luzes se apagam, além do “vazio existencial” por esperar para sair o resto, fica aquela vontade de escutar toda a playlist novamente. Confira aqui as melhores músicas desses seis episódios:

“Chama-se Guerra nas Estrelas, palhaços!”

Assim como em Stranger Things, “The Get Down” acerta quando se trata de referências, não apenas musicais como vai ser mostrado, mas também de filmes e programas da época, entre eles Star Wars e Pantera Cor de Rosa. Se não bastasse apenas menções, temos o som de John Williams e Henry Mancini.


“Você cantando é como a sensação de veludo na pele”

Quem é Misty Holloway? Todo o piloto da série é sobre a versão remixada da música “Far Far Away” dessa cantora. Não apenas isso, mas a personagem Mylene Cruz se espelha nela para seguir o seu sonho de cantar. O problema? Não existe nenhuma Misty na realidade. Mas Mylene poderia ter escolhido qualquer outra “diva” com um grande legado. Como Diana Ross, Gloria Gaynor e a voz de uma das músicas da série, Donna Summer, a Rainha do Disco.


“Você tem que se soltar, garota!”

No melhor estilo Dream girls, Mylene e suas amigas, diversas vezes se soltam e começam a cantar. E a primeira vez que as três mostram seu talento para a câmera é com nada mais, nada menos que “Turn The Beat Around” da Vickie Sue Robinson. A vontade é de sair do sofá e performar junto com as três.


“Boom, than clash, the shadow in the glass”

A letra de uma música deveria ser cantada e o discurso de um líder, interpretado. Até o momento, “arranhar” discos, encontrar a batida certa e alguém rimando em um palco era algo para festas independentes, então se o seu dom é ser poeta, o melhor era encontrar uma boa faculdade.

The Get Down mostra o surgimento do rap e faz com maestria quando coloca texto e som para trabalharem juntos. Muitas das músicas originais da série ainda não foram disponibilizadas, mas dá para sentir a “vibe” da produção quando o personagem Ezequiel abre a boca e começa a criar.


“Quero o poder de mudar as coisas”

A maioria das músicas escolhidas são bem literais e assim como as letras de “Books”, tratam de narrar a sua trajetória da periferia rumo a fama. Diversos outos cantores também faziam o mesmo. Dentre eles, Stevie Wonder, que não poderia ficar de fora da série com “Living for the City”.


“I’m a black man in a white world”

The Get Down, como já foi dito, é sobre muitas coisas. Dentre elas, a dualidade entre o Bronx e o Nova York, o mundo negro, underground e “nasty” contrastando com o mundo branco e “limpo”. A série mostra isso com compilados de cenas reais e produzidas, mas se destaca quando colocam sob a trilha “Black Man in a White World” de Michael Kiwanuka.


“É onde os livres são livres”

Christina Aguilera, ZAYN, Janelle Monáe. Nem tudo na série se trata de nomes antigos e esquecidos pela nova geração. Dentre tantos artistas, escolheram Cristina para representar mais um grupo da periferia, a comunidade gay. “Telephaty” ganhou destaque por ser tocada em uma cenas mais bem produzidas da série e claro, pelo close certo.


“Freedom is so important and that’s why this song is so important”

É unânime. Se teve algum artista que abriu os pulmões para cantar e se destacou fazendo isso foi Herizen Guardiola, interpretando Mylene Cruz. Além de “Set Me Free”, que compõe a trilha original da série, tem uma cena em especial que faz o coração bater mais rápido, gritos de animação surgirem e gargalhadas ecoarem.

mylene

“There But for the Grace of God Go I” fala de uma garota nascida da união de dois evangélicos, mas que descobriu na música, uma forma de fugir do mundo tirano dos pais. Mas claro que também teve uma ajuda do “boy magia”. Confira a versão original do Machine.

Ficou animado? Dê uma olhada no OST completo disponível, por enquanto, no iTunes. E não esqueça, toda a primeira metade da temporada já está disponível na Netflix.