Remakes. Reboots. Revivals. Essas palavras norte-americanas tem duas características em comum: (1) começarem com “re” e (2) causarem diversas reações aos fãs, que vai de um ódio e preconceito sem nem ao menos ter visto a produção, até um amor por poder reencontrar tudo que idolatra mais uma vez na mídia.
Infelizmente, a segunda reação é muito rara, o que faz com que todo mundo dê um passo para trás quando escuta essas palavras. Só que este não é o caso de Caça-Fantasmas. O longa respeita e venera seu passado com diversas aparições do elenco original, mas sempre trazendo o frescor de Paul Feig e Melissa McCarthy.
Seja pelo famoso “Quem você vai chamar?”, pela logo ou por um enredo que se repete, muito da franquia original foi pincelada nessa “reimaginação” da produção de Ivan Reitman. A grande e óbvia mudança fica pelo elenco. E o que era motivo de pânico para alguns, na verdade foi um dos pontos altos. Todas as quatro possuem uma dinâmica muito boa, mas sem descartar o tipo de amizade que os ghostbusters originais tinham.
Então chegamos no breve escorregão da história. A personagem de Leslie Jones, Patsy, com a divulgação dos trailers foi motivo de críticas. O motivo? Em uma produção que levanta a bandeira para o feminismo, preferiram manter a mesma fórmula, isto é, um grupo de brancos repletos de diplomas aceitando um negro sem especialização nenhuma no grupo.
Durante todo o enredo, a diferença de Patsy para as outras três é posta na mesa diversas vezes, mas o desenvolvimento dela, que possui algumas das melhores cenas, faz com que qualquer crítica ao papel passe desapercebido, ou melhor, perdoado.
Se tratando de feminismo e o papel da mulher na sociedade, a situação muda completamente. Começando pela participação de Chris Hemsworth, como Kevin, em que troca os papéis e desta vez, o homem é o personagem menos inteligente e que está ali pelo sex appeal, carregando o esteriótipo da secretária.
Vai mais além ao se livrar de qualquer romance, mostrando que não é necessário beijos e dramas românticos apenas por que mais que a metade do elenco é formado por mulheres. Assim como em Missão Madrinha de Casamento, também de Feig, os atores não se sobrepõem uns aos outros, mas se complementam. Todas tem seu momento, não apenas quando se fala nelas, mas também quando se trata de Chris.
O grande destaque fica para o que não possuíam em 1984: efeitos especiais de ponta. Toda a produção gráfica traz cenas de cair o queixo. Seja com o design das aparições paranormais até a fotografia e direção. Aqui, o 3D não se torna apenas um agrado, mas uma experiência bem mais interessante.
E as palmas são por terem posto em prática a famosa frase: “Respeite o passado e abrace o futuro”. Este, parece o inicio de uma nova franquia, mas sempre relembrando que a ideia não é original, tanto que os ícones do elenco do primeiro filme deram as caras, seja como taxistas, cientistas e até mesmo uma estátua para o caça-fantasmas que não está mais entre nós, Harold Ramis.
Caça-Fantasmas é uma comédia simples, mas carregada de referências e personagens que podem transformar o que parecia ser um fracasso, em um sucesso. É bom lembrar que não se trata de uma continuação, mas mesmo assim promete agradar não apenas os fãs do clássico dos anos 80, mas atrair uma geração que, infelizmente, não sabe cantar a música “Who you gonna call?”.
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