Adaptações literárias para o cinema são sempre um desafio. Com final dividido em duas partes? Desafio dobrado. Quando se trata do livro preferido de quem agora resenha? Se torna “O” desafio. Pois em meio a todo o caos girando em cima do grande lançamento do ano “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1”, o Pizza de Ontem traz para você, leitor, os erros e acertos da primeira parte do final épico.
O Tordo está vivo! E está mesmo! Jennifer Lawrence deixa mais do que claro que ela é a própria Katniss Everdeen. Neste terceiro capítulo seu desempenho está memorável, a jovem atriz está nua, se doa às dores de sua personagem, destruída após o Massacre Quaternário, mas ainda assim, completamente disposta a resgatar Peeta das mãos da Capital. Se você tiver dúvidas se a “nova cara de Hollywood” pode te convencer, ela te dará a resposta.
Quem também se destacou e muito foi Liam Hemsworth. O desempenho do ex-da-Miley-e-irmão-do-Thor foi animador pra os fãs do amável e prestativo jovem, é possível entende-lo mais, sua relação com a rebelião e o que sente pela Katniss. Josh Hutcherson estava sufocante, apenas isso pra dizer! Julianne Moore (vou dar um beijo nessa mulher!) fez uma ótima estreia como Alma Coin na franquia, única, até um pouco doce demais. Junto com Philip Seymour Hoffman, que nessa primeira parte deu um show. Elizabeth Banks também está presente em quase todo o filme como a adorável Effie Trinket, que foi acertadamente introduzida no Distrito 13, suprindo até a falta de outros personagens não apresentados nesta adaptação.
Mas nem tudo são rosas brancas… O filme erra em não aproveitar essa primeira parte para explorar mais os personagens e a história do Distrito 13, um exemplo disso é Natalie Dormer quase irreconhecível (desde Guerra dos Tronos) como Cressida, ela e os outros rebeldes deveriam ter ganho mais destaque, porém, haverá muito tempo para eles na segunda parte (assim eu espero), já que são peças-chave para o desfecho da história.
Outro ponto negativo, e o que mais me incomodou, foi a trilha sonora do filme. Em Chamas foi memorável pelas cenas que se encaixavam perfeitamente com sua soundtrack. Em A Esperança, a única melodia marcante foi a própria Jennifer Lawrence cantando a emocionante “A Árvore Forca” durante um grande tempo, dá até pra cantar junto. Lorde surge com sua Yellow Flicker Beat nos créditos, mas só.
E mais uma coisinha (abaixem as armas, Tributos!), diversas partes do filme foram extremamente escuras, eu disse ex-tre-ma-men-te, isso é algo que me incomoda desde os filmes de Harry Potter, por mais que tenha diversas cenas noturnas, achei essas questão um pouco exagerada. Deu vontade de tirar os óculos escuros que eu não estava usando.
No geral, “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1” acaba ganhando dos dois primeiros filmes por não seguir a receita de bolo (pré-jogos, jogos, pós-jogos). Você terá uma nova visão do mundo distópico criado por Suzanne Collins, completamente mais emocional e ainda assim conseguindo arrancar várias risadas durante o longa. Se você leu o livro, tudo dependerá da sua capacidade de imaginar as cenas para poder comparar, mas o melhor de tudo, é que enquanto Katniss narra a guerra por seus olhos enquanto viramos as páginas, o filme nos dá “intervalos” de como tudo está acontecendo nos outros Distritos. Assovia, explode, menos dez pontos para a Capital! Genial!
Francis Lawrence volta a direção mostrando seu olhar único e minucioso sobre os fatos que cercam Panem, dando a guinada que a história precisava e trazendo para um outro patamar, se comparado ao primeiro filme, dirigido por Gary Ross.
Bons efeitos, muitos destroços e atuações dignas de todo o sucesso que a série tem, neste início do fim, você queimará com as sufocantes descobertas desse jogo por poder e sobrevivência.
Já assistiu? Conte pra gente o que achou! Ainda não viu? Então corra pra sala de cinema mais próxima de você, vale a pena!
o que achou? comente.