Há 38 anos, quando fomos apresentados ao universo de “Star Wars – Uma Nova Esperança“, de George Lucas, tivemos uma imersão em um mundo que não conhecíamos, de uma maneira nunca antes vista. Pela primeira vez, uma nova trama começou não pelo seu primeiro episódio, mas pelo quarto. “Quem é Luke Skywalker?”, “Por que Darth Vader tem aquela voz?” e “O que é a Força, o Império comandado por Vader e a Resistência?” são algumas das perguntas que foram respondidas e, cada vez mais, entendidas ao longo dos filmes que vieram a seguir, na sequência: V, VI, I, II e III.
Ontem (18), assistimos ao sétimo episódio, “Star Wars – O Despertar da Força“, que se passa 30 anos após “O Retorno de Jedi” (1983). Em sua direção, J. J. Abrams (“Star Trek”) conseguiu agradar a gregos e troianos. Na maioria dos momentos, podemos encontrar referências às antigas trilogias, desde piadas a elementos dos cenários que apenas aqueles que acompanharam iriam reconhecer. Porém, para alcançar uma nova geração de fãs, estas cenas não atrapalham no entendimento do roteiro, apenas despertam o interesse de conhecer os longas anteriores e entender porquê a maioria da platéia riu ou se emocionou.
O sentimento de nostalgia não vem apenas de ícones antigos. Parece que Abrams seguiu a mesma receita mágica criada por Lucas no primeiro longa, no qual podemos associar o vilão mascarado Kylo Ren (Adam River) ao Darth Vader (David Prowse), a jornada de Rey (Daisy Ridler) a de Luke Skywalker (Mark Hammil) e até mesmo o droid BB-8 ao R2D2. Esta fórmula deu tão certo que, mesmo com estas comparações, não é possível dizer que é um remake do filme original, tendo em vista que anos se passaram e estes personagens foram importantíssimos para a elaboração dos novos.
O destaque ficou por conta da relação entre Finn (John Boyega), que consegue passar o medo da Primeira Ordem por ter sido um stormtrooper e saber o que são capazes de fazer, e BB-8, um robôzinho que transmite diversas emoções hilárias mesmo sem nenhuma fala. Para aqueles que são fãs, o coração chegou a ir até a boca quando Han Solo (Harrison Ford) aparece com Chewbacca (Peter Mayhew) – e diz “Chewie, estamos em casa” -, dentre outras cenas onde mais personagens conhecidos aparecem ou são lembrados.
Os cenários e as cenas de guerra foram feitos impecavelmente, remetendo aos filmes da primeira trilogia, onde não havia tanto efeito especial e a maioria das coisas era feita à mão, dando uma aparência mais realista, diferente dos criticados longas I, II e III. Já em relação à nova trilha sonora, composta novamente por John Williams, infelizmente não teve momentos tão marcantes, como era esperado. As músicas, embora tenham semelhança com as anteriores, não são tão memoráveis quanto o tema principal ou o do Darth Vader, por exemplo.
Mesmo que alguns (poucos) fãs questionem o novo longa por conta de histórias mal contadas e personagens não tão bem trabalhados, a sensação nos remete à mesma que sentimos ao nos deparar com o episódio quatro: o entusiasmo ao encontrar um novo mundo que ainda há muito a ser explorado – justificando as próximas sequencias e spin-offs.
Assistimos aos 135 minutos do longa com um sorriso gigante estampado no rosto, que às vezes se transformava em uma cara surpresa ou risada, e saímos da sala de cinema com a melhor e mais angustiante sensação de “quero mais”.
Já podemos dar fast foward para 2017?
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