Não é novidade que o cinema de terror tem decaído nos últimos anos. Tanto em qualidade, quanto produção. Poucos filmes do gênero parecem chegar as salas de cinema e, quando o fazem, é para decepcionar o público. Seja por que o trailer foi mais interessante que o filme, ou simplesmente por não ser de grande qualidade.
Em uma realidade em que os olhos do público estão sendo direcionados para produções que não são de massa e nem norte-americanos (como “A Bruxa” e “Corrente do Mal”), “Invocação do Mal 2” se torna um exemplo de que a soma de Hollywood e terror ainda pode criar algo muito bom.
“The Conjuring 2” (titulo original) é bom pelos mesmos motivos do sucesso do primeiro filme e por não ter seguido a linha de “Annabelle”. O diferencial é que há respeito ao passado. O longa que fala sobre mais uma das experiências paranormais do casal Warren começa com a casa de Amityville e as consequências do caso na vida dos dois.
O que aconteceu naquele lugar não se tornou apenas uma das mais conhecidas histórias sobrenaturais, mas também um clássico do cinema de terror, “Horror em Amityville“. Com isso, já deixaram claro que não há intenção nenhuma de fazer um remake sobre os acontecimentos na casa e muito menos falar sobre as investigações dos Warren.
Em alguns minutos, saímos de lá e viajamos para o enredo principal do filme, a “Amityville britânica”, como ficou conhecido. O ponto que mais agrada na construção do caso Enfield no cinema é a direção de arte. Todo o ambiente familiar foi reconstruído de uma forma impecável, que ao comparar as fotos do caso com o que foi passado na tela, se torna perceptível a fidelidade da produção.
Dando jus ao trabalho de direção de arte, James Wan trás alguns planos sequências, em uma direção dinâmica que mesmo depois de uma hora e quarenta e cinco de filme, não cansa o espectador. Para concluir a tríade que consagra o filme tecnicamente, está a fotografia, que opta por tons azulados, mostrando o frio e solidão que os personagens estão passando.
Muito da história se sustenta pela atuação de Madison Wolfe, que depois de várias papéis pequenos em grandes produções (“Joy” e “Trumbo”), ganhou espaço para mostrar seu talento. Não apenas Madison, mas também Vera Farmiga e Patrick Wilson, que retornam aos papéis antigos, mostram que um filme de terror não precisa ser feito apenas de sustos, mas também lágrimas e bastante carga dramática.
“Invocação do Mal 2” é apenas mais um pequeno passo para uma franquia repleta das inacreditáveis e assustadoras histórias dos Warren. Conseguindo se consagrar sem dificuldade como um dos melhores filmes de terror do ano, o longa promete dar alguns sustos durante a narrativa, mas também deixar quem estiver assistindo com o coração na mão, ansioso pelo final.
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