A Warner Bros., depois de várias tentativas fracassadas de levar o universo DC para as telonas, chega bem atrasada em relação a sua grande concorrente Marvel e apostou todas as fichas em um dos lançamentos mais esperados pelos fãs de quadrinhos. Com “Batman vs Superman: A Origem da Justiça“, abrem-se as portas para um novo passo: a inclusão de novos grandes personagens para futuros longas. Mas fica uma pergunta: se o primeiro filme fracassar, será que alguns cancelamentos ou alterações podem vir?
O enredo de “Batman vs Superman” é totalmente sombrio, deixando além de todas as expectativas para a grande luta anunciada no título, um ar tenso. O início do filme apresenta novamente a morte dos pais do Brune Wayne, coisa que já estamos cansados de saber, e impressiona pela fotografia e as técnicas usadas para mostrar a origem do herói. Talvez, em questões cinematográficas, uma das melhores cenas. A cena apesar de batida, é necessária para introduzir o homem morcego na trama, já que nessa nova versão dos personagens apenas Superman protagonizou seu próprio longa solo.
Após os acontecimentos de “O Homem de Aço“, que deixou a cidade de Metrópolis às cinzas, a trama acompanha o bilionário Bruce Wayne, interpretado pelo Ben Affleck, que considera Superman (Henry Cavill) como uma ameaça para os habitantes, querendo detê-lo.
Cavill continua com o mesmo problema de seu filme anterior: a atuação morna. Ele é, digamos, mais modelo do que ator. Um colírio para os olhos, é verdade, mas sua preocupação de estar sempre bonito em todas as cenas atrapalha, deixando sua atuação como Clark Kent robótica demais e, quando caracterizado de Superman é apenas “ok”. Já Ben Affleck, surpreende e apresenta um Batman que quase todos os fãs estavam loucos para ver, sendo arrogante, raivoso e principalmente sentimental nas horas certas. Uma atuação densa e correta para um herói que sabe que não é um poço de santidade. O ator parece ter se dedicado bastante para deixar pra trás a péssima impressão que deixou como Demolidor, no filme de 2003.
Eis que finalmente chega a hora de segurarmos a cadeira do cinema pelo nervosismo com as cenas de luta dos dois heróis. A cena é empolgante, a coreografia da luta funciona perfeitamente, é visualmente interessante, realmente muito completo. Esse é sem dúvida o ponto alto do longa: a ação. Não faltam lutas e explosões pra agradar e empolgar os ávidos expectadores. E consegue! Outra boa sacada é enche-lo de referências aos quadrinhos, trazendo assim um sabor especial aos fãs. A questão é se esses aspectos podem também conquistar o público leigo, aqueles que não acompanham os personagens e vão ao cinema apenas procurando um momento de diversão.
O experiente diretor Zack Snyder fez uma escolha por um enredo sério. Diferente dos últimos filmes da Marvel, com os quais nos acostumamos, em Batman vs Superman, não há alívios cômicos. Breves são os momentos capazes de tirar uma risada, no geral é um filme pesado. O que pode ser notado também pelas opções em uma fotografia escura e uma trilha forte, porém melancólica, utilizada com bastante efeito nas principais cenas de luta – em que quase não há dialogo. A atuação de Jesse Eisenberg como Lex Luthor, parece querer trazer essa comicidade ao filme, mas se era essa a intenção, passa longe de conseguir.
A aparição da Mulher-Maravilha (Gal Gadot) é o ápice do longa. Muito aguardado por fãs, porém, decepciona pela rápida passagem da personagem, trazendo bem pouco a mais do que foi mostrado nos trailers. Outros personagens da DC aparecem de forma dispensável, numa sequência de cenas, servindo apenas para a Warner avisar o que vem pela frente.
“Batman vs Superman: A Origem da Justiça” é um filme grande, e arrisca sem nenhum medo. Mas, infelizmente, não é completo. Falta roteiro, faltam explicações e em muitos momentos falta lógica. Lapsos de tempo, poderes que surgem em determinados momentos, mas parecem não existir em outro e falta de um convencimento maior pelo motivo que leva ao principal mote do filme, o porque de estarem lutando. Tudo isso aliado a uma controversa edição, marcada por cortes excessivos e flash-backs desnecessários ameaçam a permanência da atual equipe e a continuidade do projeto da Warner. Tudo vai depender da reação dos fãs.
Apesar de todos os problemas é um filme do Superman e do Batman. Juntos. Isso já basta pra fazer valer a pena sairmos de casa e irmos ao cinema, não é?
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