“Don’t breathe” (Não respire), diz o título original, avisando os protagonistas da única forma de se esconderem do “homem nas trevas”, mas também dando uma prévia do que o espectador irá encontrar na hora e meia de filme: tensão, coração acelerado e suspiros de angústia e nervosismo.

Em O Homem nas Trevas, Fede Alvarez retorna para o cinema de terror, desta vez com muito menos do estilo gore visto em “A Morte do Demônio” e, ao mesmo tempo, com uma qualidade de roteiro e direção impecáveis, deixando a tensão tão nítida que poderia ser cortada com uma faca.

E faca é algo que não falta no longa. Mesmo amenizando todo o sangue visto em sua última produção, muitas das cenas conseguem chocar pelo estilo “cru”, não desviando a câmera em nenhum momento que não seja necessário. O causador de todas os cortes e sangue escorrendo é o militar e maníaco que beira a um Jason Voorhes, sempre pronto para aparecer na próxima esquina.

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Além do estilo do assassino e o famoso “jovens em uma casa desconhecida”, o filme também trás referências a Cujo, baseado no livro do Stephen King e As Criaturas Atrás das Paredes, de Wes Craven. Tudo isso, somado ao estilo de direção de Fedo fazem de O Homem nas treva” um dos melhores longas de terror do ano. Mas o que se chama de terror, beira a um grande suspense.

Deixando o gênero de lado, ainda tem o elenco. Jane Levy, de A Morte do Demônio e da série Suburgatory, brilha com uma personagem bem diferente das anteriores e Dylan Minnette, de Goosebumps, traz um papel mais sério. A química entre os atores fica melhor ainda com todo o medo que Stephen Lang exerce sobre o casal.

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Mas as boas atuações não livram o filme dos famosos clichês. Característica que o torna único por saber usar o óbvio ao seu favor. Como é o caso de um cego desligar as luzes da casa para confundir os ladrões. É simples e todos esperam por isso, mas a execução faz com que as adversidades sejam ignoradas.

Mesmo que a história possa ser resumida como “jovens tentando roubar a casa do Demolidor”, o filme vai fundo na construção dos personagens e com o surgimento de cada trama nova, também vem um suspiro de surpresa. E deixando o espectador ofegante, a ironia fica para o alívio que “O Homem nas Trevas” trás para esse gênero tão maltratado.