Não se faz realmente necessária uma apresentação, afinal não acredito que haja na atual geração alguém que não conheça o jovem bruxo criado pela escritora J. K. Rowling, gostando ou não. De qualquer forma mergulharemos agora em seu mundo e vamos conhecer à fundo a história de como surgiu esse personagem, curiosidades e um pouco da trama de cada adaptação.
Nossa viagem no entanto começa bem longe das páginas ou das telonas, ela se inicia em 1990, à bordo de um trem e não é o expresso de Hogwarts, mas sim um simples trem de passageiros entre Manchester e Londres. Ali viajava Joanne Rowling, que gostava de escrever histórias desde os seis anos, mas que estava mais animada do que nunca com a ideia que fervilhava em sua mente, durante aquela viagem, surgiram todos os detalhes da personalidade de cada um dos personagens e um esboço da cada um dos sete livros que viriam a ser a história de Harry. É estranho pensar mas, um único dia, uma única viagem de uma mulher comum, afetou a vida de milhões de pessoas e influenciou gerações.
Naquela mesma noite Joanne começou a escrever seu primeiro romance: Harry Potter e a Pedra filosofal. Durante os seis anos seguintes, mesmo com o nascimento da filha e um divórcio, a autora continuou a escrever, até que em 1996 enviou o manuscrito a um agente-literário e, depois de oito editoras terem recusado, a Bloomsbury aceitou publicar o livro, pedindo que Joanne aderisse a um pseudônimo mais neutro, afim de não afugentar os meninos, à partir dali era seria J.K. Rowling.
Não preciso dizer que foi um sucesso, afinal se estão aqui lendo isso é a prova de que o bruxo alcançou mundo, mas surpreendeu o tamanho desse sucesso: ao todo os livros venderam mais um bilhão de exemplares e fizeram de Rowling a mulher mais rica na história da literatura.
Quem de fato leu os livros sabe que os números alcançados não se devem apenas à uma historia fantasiosa bonitinha ou a estratégias de marketing bem engendradas. Muito mais do que isso, a saga Harry Potter, tem uma escrita fabulosa, elementos muito bem explicados, e mesmo dentro de uma fantasia irreal sempre mantêm a lógica e a coerência, ao final dos livros você sabe exatamente o que um bruxo pode ou não fazer (até porque Hermione não te deixa esquecer). Além disso, em uma analise mais profunda, é possível notar as metáforas utilizadas para traçar um paralelo com um mundo real: em alguns momentos é como se pudéssemos ver a II Guerra mundial e o nazismo através dos olhos da imaginação.
Pleno de histórias, fantasias e fantasmas da infância, “Harry Potter” conta a história de Harry, um garoto que, após a misteriosa morte de seus pais, vai morar com os tios. Confinado a um armário localizado em baixo das escadas, o garoto leva uma vida de privações enquanto seu primo, gordo e chato, ganha os presentes mais caros que pode. Porém a história começa a mudar de rumo quando Harry completa 11 anos e se inicia no maravilhoso mundo das feitiçarias, descobrindo assim todo o seu passado e seu poder e vai em busca das mais diversas aventuras com seus novos amigos, Rony Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson).
O trio transita entre o mundo trouxa (aqueles que não são bruxos – ou seja, nós, infelizmente) e o mundo bruxo, com o objetivo de destruir o rival Lord Voldemort. Mas conseguiram muito mais que isso, conseguiram levar crianças e adolescentes, cada vez mais longes das páginas de um livro, de volta ao mundo mágico da literatura e da cultura. Harry Potter é o responsável por grande parte dos leitores assíduos de hoje, mas cativou também adultos e até a terceira idade. Um verdadeiro fenômeno. Para os fãs da saga, lugares como o Beco Diagonal, o banco Gringotes, ou a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, são muito mais do que cenários, são espaços reais onde vivem uma parte da alma de cada um.
Ao lermos a série acompanhamos o amadurecimento de um jovem, que independente das peculiaridades que lhe tingem (como ser um bruxo ou falar com as cobras, coisa à toa) é um adolescente comum, tem suas revoltas, seus amores, suas vergonhas e inseguranças. Toda uma geração cresceu com ele, passo a passo, livro a livro, e hoje são adultos que ainda assim conseguem dar asas à imaginação e mantêm um pouco da criança, que com 11 anos leu o primeiro livro, dentro de si.
Tendo dito isso tudo fica óbvio que a industria do cinema não ia perder uma bocada dessa, não é? E vocês sabem muito bem que não perderam: os sete livros renderam oito filmes. Uns mais fies aos livros, outros menos. No geral, não decepcionaram e cumprem seu papel.
A obra escrita é extensa e recheada de detalhes o que torna uma adaptação perfeita quase impossível, mas mesmo que sintam faltam de uma ou outra cena marcante, e estranhem algumas que sequer existiam nos livros, não dá pra negar que os diretores que se revezaram à frente dos filmes, fizeram seu trabalho, com destaque para Alfonso Cuarón, que soube compreender a magia por de trás de cada cena e expressá-la de forma sutil como plano de fundo. No entanto, fica a dúvida se o trabalho teria rendido mais nas mãos de apenas um diretor, como foi o caso de “O Senhor dos Anéis” , e a esperança de que, neste tempo onde remakes se proliferam, em breve tenhamos alguma nova adaptação, para reviver a emoção dos fãs órfãos, agora que já não têm mais livros ou filmes pra esperar.
Conheça algumas curiosidades sobre o bruxinho e suas histórias:
• 60 conchas diferentes foram criadas para a cena na caverna em Harry Potter e o Enigma do Principe, para que uma fosse escolhida para ser usada por Dumbledore.
• 4 mil docinhos foram confeccionados para o casamento de Fleur Delacour e Gui Weasley em Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte I .
• Como treinar roedores é muito demorado, Perebas, o rato de Rony, foi feito por computação gráfica nos dois primeiros filmes da série.
• Foram entrevistadas mais de 60 mil crianças até Dan conseguir o papel de Harry Potter.
• Fawkes não foi feita por computação Gráfica, ela é um robô animatrônico e chora de verdade em HP2
• 777 personagens são mencionados nos livros. Numero significativo não? Sete é um numero mágico poderoso.
• A palavra “Morsmordre” usada para conjurar a marca negra, significa “morda um pedaço da morte” em francês.
• Stephen King, escritor de livros de terror, diz que Dolores Umbridge é a melhor vilã desde Hannibal Lecter
• J.K Rowling tem uma “tabela” com o nome de cada estudante de Hogwarts em sua casa, com suas capacidades mágicas e ascendências.
Só nos resta esperar que a nossa carta de Hogwarts, que deve ter ficado presa por alguma burocracia do sistema brasileiro de corujas, chegue logo. Nunca desistiremos dela!
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