A autora J.K. Rowling, que dispensa apresentações, lançou a nova fase do site Pottermore, “o coração digital do Mundo Mágico”, junto com um texto inédito sobre os antepassados do personagem Harry Potter.

Bem diferente do que era antes, com um logo criado sobre a própria caligrafia de Rowling, o site agora divulgará informações exclusivas sobre a adaptação de Animais Fantásticos e Onde Habitam e da peça teatral Harry Potter and The Cursed Child (Harry Potter e a Criança Amaldiçoada), que estreará em Londres em 2016 (saiba mais).


Para estrear com grande estilo, a autora escreveu um texto intitulado A Família Potter, que explica as gerações Potter a partir do século 12 em diante, começando com o amado e excêntrico bruxo Linfred de Stinchcombe, cujo apelido “Potterer”, tornou-se Potter.


Leia o texto abaixo traduzido pelo site Pottermore Brasil (se preferir, leia em inglês aqui):

“A família Potter é muito antiga, mas nunca (até o nascimento de Harry Tiago Potter) esteve na vanguarda da história bruxa, contentando-se com uma sólida e confortável existência nos remansos.

Potter não é um sobrenome incomum aos trouxas, e a família não pertence a ‘Vinte e Oito Sagradas’ por este motivo; um anônimo compilou uma suposta lista definitiva de sangues-puro que surgiram a partir do que ele considerava serem sangue-maculado. A família Potter teve um início ilustre, aliás, alguns deles foram indicados em Relíquias da Morte.

No mundo trouxa a palavra ‘Potter’ é um sobrenome ocupacional, que significa um homem que cria cerâmica. A família bruxa dos Potter descende de um bruxo do século XII chamado Linfred de Stinchcombe, um homem excêntrico e muito amado por sua região, cujo apelido, ‘the Potterer’ [algo como ‘O Oleiro’], acabou se tornando ‘Potter’ com o tempo. Linfred era um sujeito vago e distraído que os vizinhos trouxas muitas vezes chamavam em casos que necessitavam seus serviços medicinais. Nenhum deles percebeu que as curas maravilhosas de Linfred para varíola e febre eram resultado de magia; todos acreditavam que ele era um amável e inofensivo senhor, realizando cerâmica em seu jardim com todas aquelas plantas engraçadas. Sua reputação como excêntrico e bem-intencionado servia Linfred bem, de forma que assim, dentro de casa, ele poderia continuar seus experimentos que culminaram na fundação da fortuna dos Potter. Historiadores creditam Linfred como o criador original de um número de remédios que evoluíram em poções e que são utilizados até os dias de hoje, incluindo a Esquelesce (Skele-gro) e a Poção Estimulante (Pepperup Potion). As vendas para tais curas a companheiros bruxos e bruxas permitiu que ele deixasse uma pilha de ouro para cada um de seus sete filhos após sua morte.

O filho mais velho de Linfred, Hardwin, casou-se com uma bela jovem bruxa de nome Iolanthe Peverell, que vivia no vilarejo de Godric’s Hollow. Ela era a neta de Ignoto Peverell. Na ausência de herdeiros masculinos, ela, a mais velha de sua geração, tinha herdado por direito a Capa da Invisibilidade de seu avô. Era uma tradição em sua família que a posse desta capa permanecesse em segredo, explicou Iolanthe a Hardwin, e seu novo marido respeitou seu desejo. Desse momento em diante, a capa foi passada para o filho mais velho a cada nova geração.

Os Potters continaram a se casar com seus vizinhos, ocasionalmente trouxas, e viver no oeste da Inglaterra, por várias gerações, cada uma adicionando mais aos cofres da família graças ao seu trabalho árduo e, vale ressaltar, pela ingenuidade que era característica de seu antepassado, Linfred.

Eventualmente, um Potter chegou à Londres, e um membro da família garantiram dois assentos na Suprema Corte: Ralston Potter, membro de 1612–1652, e que foi um grande apoiador do Estatuto do Sigilo (em oposição a declarar guerra aos trouxas, como alguns membros mais militantes pretendiam fazer) e Henry Potter (Harry para os íntimos), que era um descendente direto de Hardwin e Iolanthe, que serviu na Suprema Corte de 1913–1921. Henry causou um pequeno alvoroço quando condenou publicamente o então Ministro da Magia, Archer Evermonde, que havia proibido a comunidade mágica de ajudar os trouxas, promovendo a Primeira Guerra Mundial. Sua franqueza ao falar em favor da comunidade trouxa também foi um forte forte contribuinte na exclusão da família das ‘Vinte e Oito Sagradas’.

O filho de Henry se chamou Fleamont Potter. Fleamont recebeu este nome porque o último desejo da mãe de Henry era que ele perpetuasse o seu nome de solteira, que de outro modo deixaria de existir. Ele carregou este fardo muito bem; na verdade, ele sempre atribuiu sua destreza nos duelos ao número de vezes que teve que brigar com pessoas em Hogwarts que caçoavam de seu nome. Foi Fleamont que quadruplicou o ouro da família, criando a mágica Poção Capilar Alisante (‘duas gotas domam até o mais incômodo Barnete’). Ele vendeu a empresa e tirou proveito de um vasto lucro quando se aposentou, mas nenhuma riqueza poderia compensá-lo, ou à sua esposa Euphemia, por sua esterilidade. Haviam, praticamente, perdido as esperanças em ter um filho ou filha quando, para surpresa e choque deles, Euphemia descobriu que estava grávida e seu amado filho, James, nasceu.

Fleamont e Euphemia viveram o suficiente para poderem ver Tiago se casar com a nascida-trouxa chamada Lílian Evans, mas não o suficiente para conhecerem seu neto, Harry. Devido sua idade avançada, a Varíola de Dragão os levou por dias de diferença, e Tiago então herdou a Capa de Invisibilidade de Ignoto Peverell.”